A Âncora da Governabilidade

Nosso Presidencialismo republicano – assim como a maioria dos governos instituídos latino-americanos (salvo, atualmente, Bolívia e Venezuela), são dependentes de uma palavrinha-chave: governabilidade.

Debatemos sempre sobre PT e PSDB, mas a grande verdade é que todos dependem de coalizões para que consigam governar, adotar políticas e aprovar leis. E estas coalizões estão cada vez menos éticas e transparentes. Ou melhor: jamais foram éticas e transparentes. Temos milhões de micro e médios partidos cuja vocação é coletar votos, para poderem vendê-los (ou barganhar poder) posteriormente. É assim que nossa política torna-se funcional.

Os efeitos? Ora, quando precisamos de aliados para governar, abrimos um precedente seríssimo de corrupção, venda de votos e todas as falcatruas que vemos por aí. E não se restringe ao PT ou PSDB: é uma matemática simples na visão daqueles sem ética, ou com pressa de governar.

Todos aqui devem saber do Prona – uma enorme vendinha de cadeiras (votos) no Legislativo. O PMDB e sua atuação inconsistente (eufemismo, na maior parte das vezes) só se fez possível por este embate constante por apoio político-partidário no Senado e Câmara, no Legislativo e Executivo. Cargos são prometidos em nome de apoio, desconsiderando-se, por diversas vezes, a visão política e até mesmo a competência daquela pessoa para assumir o cargo em questão – fatos os quais deveriam ser prioritários, ou até mesmo mandatórios.

Como nós, cidadãos, podemos sanar estas falhas? Como podemos contribuir para retirar este peso tão pejorativo da palavra governabilidade, e tornar navegável nosso Governo? Haveria uma forma de realizarmos uma triagem de alianças? A nomeação de cargos políticos deveria seguir à risca uma cartilha? São perguntas centrais para nossa maturidade e participação política. Qual será a visão dos Observadores?

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